A guerra da direita em São Paulo

Nesse final de semana foi jogado mais álcool na guerra entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab em São Paulo. No sábado, saíram às pesquisas, e a confirmação de que o democrata abriu boa vantagem sobre o tucano. 25 a 20 no Ibope, e 24 a 21 no Datafolha. O que isso significa? É que quando Alckmin resolve partir pra cima do adversário, ele perde. Aconteceu contra Lula em 2006, acontece contra Kassab em 2008.O ex-governador estava em um beco sem saída, ou ouvia as provocações do democrata em silêncio e passava a imagem de saco de pancada, ou partia pra cima como aquele menino bonzinho que de repente resolve brigar, mas que não tem o mínimo perfil para isso. Enfim, ele optou pela segunda opção e atacou Kassab a todo o momento no debate da Record. O confronto direto entre os dois, evitado nos dois debates da Bandeirantes, enfim aconteceu. Geraldo sempre dizia: “eu sou o candidato do PSDB, ele (Kassab) é do Dem” como que para lembrar o eleitorado que José Serra teria que estar com ele. O atual prefeito, que evitava os ataques, teve que se defender. Chegou a afirmar que Alckmin teria o convidado para ser candidato a governador apoiado por ele. E o democrata provocava. “Antes dele (Alckmin) cair nas pesquisas, ele era completamente diferente.” A líder nas pesquisas, Marta Suplicy, faz bem, de só olhar a briga e deixar que os dois se acabem sozinhos.
Um ponto curioso do debate foi o candidato do PP, Paulo Maluf. O que ele ganha buscando confrontos diretos com Soninha, que tem 3% das intenções de voto? Me parece que o incansável Dr. Paulo, entregou os pontos e só quer ser o contador de piadas, que faz todo mundo rir e se divertir. A diferença entre os dois é que Maluf passou, e Soninha está chegando agora.
Marta Suplicy está em uma posição cômoda no primeiro turno, mas não está acomodada. Busca a todo o momento pontuar diferenças entre sua gestão de a de Kassab. Está claro que o PT considera o candidato do Dem o adversário de segundo turno. Houve também um confronto entre Ciro Moura (PTC) e Ivan Valente (PSOL). Enquanto o primeiro defendeu o tempo inteiro o seu plano que propõe acordos entre a prefeitura e a iniciativa privada no setor da saúde. O candidato Ivan Valente defendia a implantação completa do SUS. E acusava a proposta de Ciro dizendo que isso é uma sabotagem contra o Sistema Único da Saúde.
O debate desse domingo na Record foi o melhor de todos pois, já está mais próximo da eleição. A tendência é que o da Rede Globo seja melhor ainda porque será a última chance dos candidatos mostrarem propostas e diferença. Palpite do blogue, Marta e Kassab no segundo turno. E aí, só Deus sabe o que vai acontecer.