quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A ganância das jovens estrelas


Adriano e Ronaldinho Gaúcho figuraram muito nos noticiários no fim de 2010 e começo deste ano. Com as novelas todas acabadas, o Santos parece que arrumou um probleminha. Buscando o aumento dado ao companheiro Neymar, Paulo Henrique Ganso resolveu aparecer.

Machucado desde o final do Brasileiro do ano passado, Ganso chamou uma coletiva e botou a boca no trombone. Reclamou que não está sendo valorizado pelo Santos, que a Inter de Milão está interessada em seu futebol e mandou o recado: quero aumento!
No Brasil estamos nos acostumando cada vez mais com “novas estrelas” fazendo bico.

Talvez orquestrado pelo empresário, de repente ele não quer mais saber do contrato que assinou até 2015 e não está satisfeito com os R$ 130 mil que ganha por mês.
Acho que o garoto tem que ir devagar. Vimos esse mesmo filme com um jogador que há pouco tempo jogando ao seu lado: Robinho. Fez birra, bateu o pé e chegou ao ponto de não querer mais jogar pelo alvinegro praiano. Seus desejos foram atendidos, foi para o Real Madrid, talvez o clube mais importante do mundo na atualidade e, pasmem, quis sair de lá também! Seu desejo foi novamente atendido, foi para o Manchester City, quando se cansou da roubada que se meteu, voltou para o Santos e agora tem mais uma grande chance, talvez a última, de jogar no Milan.

A ganância de jovens jogadores e de seus empresários cada vez mais ávidos por dinheiro acabam atrapalhando suas carreiras. Ganso é um ótimo jogador, mas quantas carreiras já vimos acabar por conta de problemas extra-campo?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Gaúcho e a falta de amor próprio: outro futebol é possível?



Finalmente a novela Ronaldinho Gaúcho acabou. O penta campeão e duas vezes eleito pela Fifa o melhor do mundo vai jogar pelo Flamengo em 2011. O destino já estava escrito desde que Grêmio e Palmeiras, os dois rivais do rubro-negro, saíram definitivamente da disputa.
O que eu vi em todo esse tempo, e acho que todo mundo viu a mesma coisa, foi um tremendo leilão entre os três clubes. Todo dia algum dirigente dizia que o negócio estava fechado. Taças de vinho foram levantadas, picanhas foram degustadas e Palmeiras e Grêmio, feitos de idiota.
Mal comparando, Grêmio e Palmeiras se portaram como aquele cara que paquerava uma menina bonita, sonhando com um casamento feliz, mas morrendo de medo de ser passado pra trás na primeira oportunidade. Faltou um pouco de amor próprio para os dois. Os dois clubes são imensamente maiores que Ronaldinho, mas não se portaram como tais.
Este leilão me fez pensar em algumas coisas, a principal delas, a falta de união entre os clubes brasileiros. Explico: qualquer jogador que vem da Europa, com um pouco de fama, faz o que quiser nos clubes brasileiros. Pede R$200 mil por mês, participação por resultado entre outras coisas e não dão o menor retorno. Vemos vários exemplos: no Corinthians, Edu, no próprio Flamengo, Deivid, Keirrisson no Santos etc etc etc. Mas o que dá aos empresários a “ousadia” de pedir tanto por jogadores tecnicamente limitados? A certeza de que algum time vai pagar o que eles querem.
O mercado de jogadores no Brasil nunca teve tão inflacionado e nunca foi tão urgente alguma coisa para “regulamentar” isso tudo. Não acho absurda a idéia, por exemplo, de fazer igual na NBA e estipular um “teto” de quanto os times podem gastar com salários. Isso iria nivelar o futebol brasileiro mais por baixo ainda? No começo pode ser, mas depois as coisas se acertariam.
Os times não são responsabilizados pelo que fazem com o dinheiro, para pagar dívidas nunca tem nada, agora é só falar em um jogador famoso dando sopa que os dirigentes arrumam 1001 empresas para tornar o “negócio viável” e desembolsar R$ 1 milhão para um jogador. Outro futebol é possível, é “só” querer.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Crucifixogate e a importância de um estado laico.



A Folha de S.Paulo, mais uma vez, envergonha aqueles que ainda acreditam que o jornal vai sair do buraco negro que há tempos se encontra. Hoje (10/01/2011), contudo, o jornal mostrou novamente que está na lama.
Na semana passada foi o barulho imenso por conta dos passaportes diplomáticos dos filhos do ex-presidente Lula. Esta ainda com um agravante: os suados e caros minutos que mereceu no Jornal nacional. O absurdo foi desmascarado pelo rival Estadão. Na reportagem de Denise Madueño e Leandro Colon para o jornal dos Mesquitas, aponta que nos últimos 2 anos foram emitidos 360 passaportes diplomáticos para ex-presidentes, deputados e familiares.
Como se não bastasse, agora tem o caso do “crucifixogate”. No espaço mais nobre de um jornal diário, a capa da edição de domingo, a Folha colocou a seguinte manchete: “Bíblia e Crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no palácio”. OK. O fato do jornal ter sido desmentido via Twitter, pela Ministra de Comunicação Social Helena Chagas, que disse que o crucifixo era uma imagem particular do presidente Lula e foi levada com a mudança e que a Bíblia continua em uma outra sala, já é um exemplo de que a publicação já não tem tanta importância assim. Mas o que quero focar é em outra questão.
O que de tão grave tem em um presidente retirar esse símbolos religiosos de seu gabinete? Pelo que eu saiba o estado brasileiro é laico, ou seja, não tem religião oficial. O fato de que a grande maioria da população é católica, acabam se mantendo, em repartições públicas por exemplo, imagens como o crucifixo. Mas se a presidente teve mesmo a iniciativa de retirar os símbolos, o que eu duvido, acho que ela está mais do que certa. É uma prova da igualdade entre as crenças no Brasil para nos tornamos uma república completamente laica. Se elegermos algum dia um (a) presidente budista ou judeu (ia) como vai fazer? Vão ter que manter imagens de uma crença da qual não acreditam só pra fazer média com a opinião pública?
Cabe lembrar, Dilma não foi eleita por freiras para assumir um convento, mas sim, foi eleita pelo povo, do cristão ao ateu, para reger o país.