quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Até onde vai Gabeira?

A súbita ascensão de Fernando Gabeira e sua chegada ao segundo turno me levam a fazer a pergunta que dá título á esse texto. Poderá ele desbancar o candidato do governador Cabral? Apoiado fortemente pela classe artística, elite e pela Rede Globo, ele já conseguiu desbancar o candidato da IURD, Marcelo Crivella.

O Rio de Janeiro é uma cidade que, além de linda, é muito diferente de São Paulo politicamente. Os problemas são outros, a elite é outra, a periferia é outra. É difícil fazer qualquer previsão, ainda mais de longe, já que estou em São Paulo, mas ouso dizer que, apesar de ter mais força que os números do primeiro turno, Gabeira não agüenta o tranco e perde para Eduardo Paes. Mas é só palpite.

Outro fenômeno político na capital carioca, é que a esquerda não tem força alguma nas eleições municipais. Basta olhar os números. Alessandro Molon (PT), Chico Alencar (PSOL) e Jandira Feghali (PC do B) que não passaram dos 10% dos votos. Mas em 2002 e em 2006, Lula venceu José Serra e Geraldo Alckmin no Estado.

O pleito municipal deste ano também mostrou que a rejeição dos candidatos do PRB (que é formado em sua maioria por pastores da IURD) é muito alta. Na primeira eleição municipal em que lançaram candidato com chances de ir ao segundo turno em uma grande capital, saíram derrotados após liderarem antes de o horário político começar. Antes da propaganda, aliás, o segundo turno seria disputado por Crivella e Jandira.

Só para constar...

Vai um conselho para ACM Neto em Salvador, Aécio neves e Fernando Pimentel em Belo Horizonte. Abram o olho que o povo não é brincadeira não hein...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Montado no tucano

O PSDB de São Paulo deu muita corda a Gilberto Kassab, e acabou sendo enforcado pelo Democrata. O garotinho sapeca já fez a primeira vítima, Geraldo Alckmin. O ex-governador conseguiu mais uma façanha eleitoral ao avesso. Depois de 2006, que conseguiu ter menos votos no segundo turno do que no primeiro contra Lula, dois anos depois conseguiu ter menos votos para prefeito da cidade do que teve para presidente na capital paulista.

Acontece que o fenômeno inexplicável, não é tão inexplicável assim. Alckimin tem seus votos fiéis, que são esses 22% com que acabou o pleito municipal. Mas a maioria de seu eleitorado, são os anti-PT. E esses votos migraram fácil para o atual prefeito.

E o estrago poderá ser muito maior. E se por acaso o Democrata não vencer Marta Suplicy. Ganhando ou perdendo, ele ganhou muita moral em São Paulo. Sem um cargo efetivo, estará livre seu caminho para disputar a eleição para o governo do Estado. O atual governador, José Serra, muito provavelmente será candidato a presidente. Kassab então terá um belo jogo nas mãos. Tentará um acordo com os tucanos e sabendo de sua força na cidade, terá garrafa vazia para vender. O candidato tucano (se houver) será, provavelmente, Geraldo Alckmin. Que já foi derrotado pelo pupilo de Serra no pleito para a prefeitura da capital.

E aí a mágica estará feita. O PSDB que elege o governador do maior estado do país desde 1994, corre sério risco de perder o posto, não para o rival PT, mas Pará o filho rebelde, Kassab. Resta aos tucanos torcer, e muito, para a reeleição do candidato Democrata.

domingo, 5 de outubro de 2008

Raio x das eleições em São Paulo

Junta-se muito dinheiro, boa aprovação e apoio do governador do Estado, foi a receita de Gilberto Kassab, não só desbancar Alckmin, mas ultrapassar Marta Suplicy e terminar o primeiro turno como líder na capital paulista. Pedindo desculpas pelo bordão, o segundo turno é uma nova eleição. Tempos iguais de TV, alianças e transferência de votos de outros candidatos vão decidir o pleito. Quem vê de longe pode imaginar que a coisa vai ser fácil para o Democrata. Quem votou em Alckmin vota no atual prefeito, 33 + 22=55 e pronto. Vitória do DEM. Não é bem assim que a coisa vai funcionar. Os candidatos se atacaram demais durante o horário eleitoral. Um era duas caras, o outro era dissimulado. O Serra está de um lado, o Serra está do outro. Não são favas tão contadas assim que, automaticamente, os votos de Alckmin se transferirão para o prefeito. Acredito que o ex-governador não vai botar o rabinho entre as pernas e simplesmente disser que: com Kassab tudo bem. Geraldo tem uma vida política a zelar e deseja reocupar o Palácio dos Bandeirantes daqui a dois anos. Mas sai muito enfraquecido da eleição municipal, não sendo excluída a possibilidade dele mudar de partido após a traição tucana. Agora no segundo turno, o PT precisa trabalhar para vencer. Precisa trazer quem votou em Geraldo Alckmin, por ser alckimista, e não somente por fazer parte do setor conservador da cidade, para votar em Marta. Trabalhar a rejeição do prefeito, por mais que seja pequena, existe nos setor publicitário, caminhoneiro e dos ambulantes. Um ponto importante também será trabalhar a favor de Marta o fato de Serra vir a TV e ao rádio no segundo turno. E não será difícil fazer isso pois, José Serra é o pior dos tucanos que ocupam o Palácio do Banderaintes em quase 20 anos de poder.