domingo, 9 de janeiro de 2011

Crucifixogate e a importância de um estado laico.



A Folha de S.Paulo, mais uma vez, envergonha aqueles que ainda acreditam que o jornal vai sair do buraco negro que há tempos se encontra. Hoje (10/01/2011), contudo, o jornal mostrou novamente que está na lama.
Na semana passada foi o barulho imenso por conta dos passaportes diplomáticos dos filhos do ex-presidente Lula. Esta ainda com um agravante: os suados e caros minutos que mereceu no Jornal nacional. O absurdo foi desmascarado pelo rival Estadão. Na reportagem de Denise Madueño e Leandro Colon para o jornal dos Mesquitas, aponta que nos últimos 2 anos foram emitidos 360 passaportes diplomáticos para ex-presidentes, deputados e familiares.
Como se não bastasse, agora tem o caso do “crucifixogate”. No espaço mais nobre de um jornal diário, a capa da edição de domingo, a Folha colocou a seguinte manchete: “Bíblia e Crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no palácio”. OK. O fato do jornal ter sido desmentido via Twitter, pela Ministra de Comunicação Social Helena Chagas, que disse que o crucifixo era uma imagem particular do presidente Lula e foi levada com a mudança e que a Bíblia continua em uma outra sala, já é um exemplo de que a publicação já não tem tanta importância assim. Mas o que quero focar é em outra questão.
O que de tão grave tem em um presidente retirar esse símbolos religiosos de seu gabinete? Pelo que eu saiba o estado brasileiro é laico, ou seja, não tem religião oficial. O fato de que a grande maioria da população é católica, acabam se mantendo, em repartições públicas por exemplo, imagens como o crucifixo. Mas se a presidente teve mesmo a iniciativa de retirar os símbolos, o que eu duvido, acho que ela está mais do que certa. É uma prova da igualdade entre as crenças no Brasil para nos tornamos uma república completamente laica. Se elegermos algum dia um (a) presidente budista ou judeu (ia) como vai fazer? Vão ter que manter imagens de uma crença da qual não acreditam só pra fazer média com a opinião pública?
Cabe lembrar, Dilma não foi eleita por freiras para assumir um convento, mas sim, foi eleita pelo povo, do cristão ao ateu, para reger o país.

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