segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Gaúcho e a falta de amor próprio: outro futebol é possível?
Finalmente a novela Ronaldinho Gaúcho acabou. O penta campeão e duas vezes eleito pela Fifa o melhor do mundo vai jogar pelo Flamengo em 2011. O destino já estava escrito desde que Grêmio e Palmeiras, os dois rivais do rubro-negro, saíram definitivamente da disputa.
O que eu vi em todo esse tempo, e acho que todo mundo viu a mesma coisa, foi um tremendo leilão entre os três clubes. Todo dia algum dirigente dizia que o negócio estava fechado. Taças de vinho foram levantadas, picanhas foram degustadas e Palmeiras e Grêmio, feitos de idiota.
Mal comparando, Grêmio e Palmeiras se portaram como aquele cara que paquerava uma menina bonita, sonhando com um casamento feliz, mas morrendo de medo de ser passado pra trás na primeira oportunidade. Faltou um pouco de amor próprio para os dois. Os dois clubes são imensamente maiores que Ronaldinho, mas não se portaram como tais.
Este leilão me fez pensar em algumas coisas, a principal delas, a falta de união entre os clubes brasileiros. Explico: qualquer jogador que vem da Europa, com um pouco de fama, faz o que quiser nos clubes brasileiros. Pede R$200 mil por mês, participação por resultado entre outras coisas e não dão o menor retorno. Vemos vários exemplos: no Corinthians, Edu, no próprio Flamengo, Deivid, Keirrisson no Santos etc etc etc. Mas o que dá aos empresários a “ousadia” de pedir tanto por jogadores tecnicamente limitados? A certeza de que algum time vai pagar o que eles querem.
O mercado de jogadores no Brasil nunca teve tão inflacionado e nunca foi tão urgente alguma coisa para “regulamentar” isso tudo. Não acho absurda a idéia, por exemplo, de fazer igual na NBA e estipular um “teto” de quanto os times podem gastar com salários. Isso iria nivelar o futebol brasileiro mais por baixo ainda? No começo pode ser, mas depois as coisas se acertariam.
Os times não são responsabilizados pelo que fazem com o dinheiro, para pagar dívidas nunca tem nada, agora é só falar em um jogador famoso dando sopa que os dirigentes arrumam 1001 empresas para tornar o “negócio viável” e desembolsar R$ 1 milhão para um jogador. Outro futebol é possível, é “só” querer.
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2 comentários:
Hoje quem fala mais alto é o dinheiro, procura e oferta. O Assis se mostrou um verdadeiro calhorda nessa negociação. Agora vamos ver o quanto o Ronaldinho vai jogar futebol.
Parabéns pelo blog.
Podemos montar uma parceria.
Um grande abraço,
André Soares
Futebol Alegria e Debate
www.andressoares.com
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